Um aperto de mão

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Algumas pessoas poderão considerar até como inexpressivo e sem qualquer importância o aperto de mão. Entretanto, a história é farta de exemplos que demonstram o aperto de mão, usado como a mais alta expressão de sentimento ou para consolidar um acordo entre pessoas. Vários conflitos, entre países, pessoas jurídicas ou físicas têm sido sabiamente resolvidos e selados com um aperto de mão. Na verdade, o aperto de mão surge como expressão de grandeza moral.

Em julho de 1945, três líderes mundiais, que lutaram do mesmo lado durante a Segunda Guerra Mundial, se cumprimentaram selando o fim do conflito. Eram o primeiro – ministro britânico Sir Winston Churchill, o presidente americano Harry Truman e o líder soviético Josef Stalin.

Em junho de 1961, era a vez do líder soviético Nikita Khrushov  cumprimentar o presidente norte-americano John Kennedy, na embaixada americana em Viena, em plena Guerra Fria, “esquentando” as relações dos dois países.Só em junho de 1988, o presidente americano Ronald Reagan líder soviético Mikhail Gorbachev, no Kremlin em Moscou, em outro aperto de mão, consolidaram o fim da Guerra Fria. Em setembro de 1993, observado pelo presidente Bill Clinton, o primeiro ministro israelense Yitzahk Rabin e o líder palestino Yasser Arafat simbolizaram o acordo histórico entre os dois países, com um aperto de mão. Ambos, no ano seguinte, foram contemplados com o Prêmio Nobel da Paz.

O que dizer do presidente dos EUA, Barack Obama, que roubou a atenção de todo o mundo, no primeiro dia do funeral do líder sul-africano Nelson Mandela, em 10 de dezembro de 2013, não apenas pelo discurso o mais aplaudido. Obama atraiu os holofotes por um gesto histórico: apertou a mão do líder cubano, Raul Castro, pondo fim há mais de meio século do embargo americano à Ilha, demonstrando o início da reaproximação entre os dois países.

A propósito, dia 21 de junho é comemorado o Dia Internacional do Aperto de Mão. O dia foi criado para reforçar as relações sócias, de cordialidade e respeito entre as pessoas. A simbologia do gesto era para indicar que a pessoa não carregava uma arma consigo e se aproximava de outra, com total confiança e amizade.

Mais do que uma simbologia ou etiqueta, o aperto de mão tem significado muito mais profundo. É do professor e psicólogo William Chaplin, alguns estudos científicos que demonstram como os apertos de mão relacionam-se com a personalidade das pessoas. Os resultados indicam que a maneira pela qual uma pessoa dá a mão é consistente com o passar do tempo e está relacionado a alguns aspectos da sua personalidade. Os variados estudos indicam e tipificam os gestos como de hesitantes, rápido, triturador (mais do que vencedor). Com as duas mãos significa que se quer passar a sensação de aconchego. Simpatia e confiança se a mão esquerda ficar sobre a outra mão, significando ainda tratar-se de um aperto de mão sincero.

Em alguns países, as pessoas, a princípio, não se tocam,existindo algumas barreiras. No Japão e outros países orientais, por exemplo, fazem uma pequena reverência, mas sem contato físico ou palavras. Na Suécia, na apresentação de um amigo, ele dará a mão e um rápido abraço. O mesmo acontece na Alemanha, Áustria e outros países da Europa.

No geral, as pessoas se tocam cordialmente, demonstrando educação, simpatia e, ainda mais importante, é o início de um abraço mais forte. Os sul-americanos são mais efusivos. No Brasil, ainda temos muito a aprender e ser sinceros no aperto de mão.

Mas é bom lembrar que, em qualquer dia, você pode dar e receber um aperto de mão. Que seja sincero, de preferência olhando nos olhos do seu interlocutor e, se tiver um sorriso, melhor ainda. Não espere externar esse bonito gesto apenas no dia 21 de Junho, Dia Internacional do Aperto de Mão. Para você, meu aperto de mão e também um abraço!

Prof. Dr. GEZIO D MEDRADO

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