Tempo de distanciamento: Girlandia Maria Mota Guimarães
Convidei a teóloga, pedagoga e pesquisadora Girlandia Maria Mota Guimarães, Secretária do curso de Educação Infantil do nosso Colégio, para dar uma palavra a respeito do momento que estamos vivendo, leia:
“…tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar” Eclesiastes 3.5b
Estávamos em plena comemoração dos 118 anos, tempo de festa para o Colégio Batista Brasileiro. Porém, fomos chamados à mudança de planos, à reformulação de calendário, agenda diária e outras alterações. O Colégio precisou fechar as portas e o trabalho foi direcionado para casa, com novas adaptações para o ensino a distância. Certamente a confiança, a fé, o amor, a esperança e a ciência alicerçados no Criador, nos princípios que norteiam o sentido da vida, no comportamento e ética cristã são os fundamentos que nos dão suporte para este momento que estamos vivendo.
São muitos os nossos colaboradores que tornam possível continuar a história do Colégio Batista: o corpo docente e discente, com a colaboração das famílias que investem e confiam seus filhos aos profissionais da educação.
Hoje estamos todos unidos; porém, distantes por medidas preventivas e cuidados com o corpo, com a mente, com a alma, com o nosso lar e planeta. Permanecer em casa pode ter vários significados que obrigatoriamente nos levam a fazer um exercício de reflexão sobre o tempo de distanciamento, uma ressignificação “do modus vivendi e modus operandi”. Nada será como antes!
O que o Colégio Batista Brasileiro nos ensina que é possível enfrentar crises sem medo, resistir aos dias difíceis e ao próprio mal que assola o mundo, sustentados pela intervenção de um Deus vivo e verdadeiro.
Quando o casal Bagby, fundadores do Colégio, chegou ao Brasil, deparou-se com o surto da febre amarela e recebeu, em sua casa, pessoas doentes, pondo em risco as suas próprias vidas. O sistema de saúde da época não comportava tantos doentes. O casal Bagby assistiu os necessitados de forma solidária e generosa, com fé, amor e confiança em Deus, disponibilizando recursos. O próprio casal foi infectado pelo vírus da febre amarela e curado, pois Deus permitiu que esta história – da qual fazemos parte – prosseguisse.
Imaginemos por um instante que o vírus, que assola a Terra em nossos dias, pudesse se personificar e pelos seus olhos enviasse a mensagem ao ser humano: “Veja como o seu planeta, que é a sua casa, está sendo cuidado? O que você fez, quando não cuidou da poluição dos rios, dos mares e do ar, quando não impediu que suas florestas fossem queimadas indiscriminadamente, sufocando o pulmão do planeta? E agora? O seu próprio pulmão está sofrendo. Agora é a sua vida!”
Que resposta seria dada a esse vírus? Que somos mais fortes que ele, que somos inteligentes o suficiente para criar estratégias e vencer o pico da curva de transmissão, que podemos cuidar melhor do nosso corpo, da nossa mente, da nossa alma e, principalmente, cuidar melhor do nosso planeta. Somos inteligentes e responsáveis pelo domínio da arte, do pensamento e da ciência.
Parabéns!!! Excelente texto!! Realmente é a hora de refletirmos sobre a maneira que estamos cuidando do que Deus nos deu: da nossa vida, do nosso próximo e do nosso planeta.