14 clássicos da literatura brasileira que todo jovem deve conhecer!

clássicos da literatura brasileira
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A leitura é muito importante para os jovens, pois permite que eles ampliem o vocabulário e desenvolvam a criatividade, além de potencializar a interpretação de textos.

O Brasil é um país que tem grandes escritores. Desde a época colonial até os dias atuais, nossa literatura é diversificada e abrange diferentes estilos e movimentos (Barroco, Romantismo, Parnasianismo, Realismo, Modernismo).

Por esse motivo, neste post apresentamos algumas sugestões de livros que todo jovem deve conhecer. Para conferir 14 clássicos da literatura brasileira é só continuar a leitura!

Os clássicos da literatura brasileira

Há muitos clássicos na literatura nacional. São obras que marcaram uma época e atravessaram tempos. Entre os grandes escritores clássicos, há nomes como Machado de Assis, José de Alencar, Graciliano Ramos, Jorge Amado, João Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Ariano Suassuna, Rachel de Queiroz, Gregório de Matos e muitos outros.

Alguns escritores e obras específicas são recorrentes nas provas de vestibulares de diferentes universidades. O estudante deve ficar atento a esses livros e saber, pelo menos, o básico sobre eles. Porém, o ideal é que leiam os livros completos para compreender melhor a sua real importância e contexto histórico.

14 grandes clássicos da literatura brasileira

Considerando que é inviável reunir em somente um artigo todos os clássicos da literatura brasileira, a seguir estão listadas 14 obras de acordo com sua relevância e frequência com que aparecem nos exames seletivos.

1. A Hora da Estrela, de Clarice Lispector

Entre os principais clássicos da literatura brasileira que os jovens devem conhecer, “A Hora da Estrela” é um destaque. Sua autora é Clarice Lispector, ucraniana naturalizada brasileira.

Publicado em 1977, o livro, narrado em primeira pessoa por Rodrigo S. M., conta a trajetória de uma alagoana órfã, chamada Macabéa, que é levada por sua tia ao Rio de Janeiro. Trata-se de uma obra de teor psicológico e com aspectos muito profundos.

2. Capitães da Areia, de Jorge Amado

Jorge Amado é um nome muito popular em nossa literatura devido à sua linguagem despojada e aos temas que abordou.

Em “Capitães da Areia” (1937), o autor narra o drama de um grupo de meninos abandonados de Salvador, praticantes de delitos e perseguidos pela polícia.

Como em boa parte da literatura de Jorge Amado, existe uma contundente crítica social. Algumas edições do livro chegaram a ser queimadas em praça pública por serem consideradas subversivas. Hoje, a sociedade tem outra percepção sobre a obra.

3. O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna

O “Auto da Compadecida” é uma peça que foi encenada primeiramente em 1955. Já foi adaptada para a televisão e para o cinema.

Trata-se de uma obra cômica e satírica, que tem como pano de fundo o sertão nordestino. Os principais personagens são João Grilo e Chicó.

João Grilo representa um cidadão esperto, que consegue sair de todas as situações difíceis (na esteira de Pedro Malasartes e do Gato de Botas).

Outros personagens engraçados desfilam por essa obra-prima de um dos mais carismáticos de nossos escritores.

4. Dom Casmurro, de Machado de Assis

Machado de Assis é um dos maiores escritores clássicos da literatura brasileira. Nessa obra, o autor explora um tema sempre atual: o adultério.

Mas, na verdade, pode não existir um adultério, já que o leitor só recebe a visão da mente do narrador, Bentinho, que acredita que sua esposa Capitu o traiu com seu melhor amigo, Escobar. É um romance psicológico com capítulos curtos e muita metalinguagem, logo, o autor dialoga com o leitor.

Aproveitando o gancho com a leitura, o jovem pode passar de “Dom Casmurro” (1899) para “Otelo” (1604), de William Shakespeare, cuja temática é semelhante.

5. Iracema, de José de Alencar

“Iracema” (1865) é um livro característico do movimento romântico. Narra a história do romance entre Iracema, a virgem dos lábios de mel, e o português Martim.

É um romance que se aproveita lendas indígenas para construir uma trama de amor e aventura.

6. Os Sertões, de Euclides da Cunha

Ainda que seja um livro denso, com uma abordagem mais complexa, “Os Sertões” (1902) é uma obra relevante para nossos jovens. Narra a Guerra de Canudos, ocorrida no sertão da Bahia.

Os sertanejos, liderados por Antônio Conselheiro, medem forças com o governo federal e sustentam uma guerra por muitos meses.

Euclides também critica a opressão exercida pelo governo sobre o povo sertanejo e, no final, acaba tomando o partido da população de Canudos.

Afrânio Coutinho, outro escritor brasileiro, compara “Os Sertões” a clássicos da literatura mundial como “Guerra e Paz”, “Canção de Rolando” e “Ilíada”, que também têm como temática a guerra.

7. Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto

“Triste Fim de Policarpo Quaresma” (1915) também se destaca entre os clássicos da literatura brasileira.

O autor conta a história de um major nacionalista que defende o conceito de pátria ao extremo. Entre as ideias de Policarpo está a de tornar o tupi-guarani a língua oficial do Brasil. Esse é um dos motivos pelos quais é considerado louco por algumas pessoas. Devido ao seu extremismo, o major Policarpo Quaresma é considerado o Dom Quixote brasileiro.

Na obra, o autor resgata muitos aspectos da cultura brasileira e retrata os costumes da burguesia carioca.

8. Vidas Secas, de Graciliano Ramos

Considerada a obra mais “humanizada” de Graciliano Ramos, “Vidas Secas” (1938) também figura entre os maiores clássicos da literatura brasileira cobrados em vestibulares.

Narra o drama de uma família de nordestinos alagoanos para sobreviver ao fenômeno da seca e às injustiças sociais.

Fabiano, Sinhá Vitória e seus dois filhos representam a população sertaneja que sofre com a pobreza e a fome. Um dos personagens mais marcantes é a cachorra Baleia.

9. O Quinze, de Rachel de Queiroz

Raquel de Queiroz publicou “O Quinze” em 1930. Nessa obra, ela retrata as consequências da grande seca de 1915, daí o nome do livro, ocorrida no Ceará.

Existem duas tramas principais na história:

  • a primeira, envolve a família do vaqueiro Chico Bento;
  • a segunda, envolve o romance entre a professora Conceição e o criador de gado Vicente.

Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Destacou-se por suas obras de cunho social.

10. Navio Negreiro, de Castro Alves

Entre os clássicos da literatura brasileira, não há somente prosa, mas também existe poesia. Entre elas, vale lembrar o poema épico de Castro Alves publicado em 1869: “Navio Negreiro”.

Dividido em seis partes, o poema descreve o sofrimento dos negros que eram trazidos da África para serem comercializados no Brasil, escravizados.

Castro Alves recebeu o epíteto de “Poeta dos Escravos” porque foi um abolicionista ardoroso. Por outro lado, também é conhecido por suas intensas poesias lírico-amorosas. Pertenceu à Terceira Geração Romântica do Brasil.

11. Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa

Em “Grande Sertão: Veredas” (1956), Guimarães Rosa inova a linguagem escrita, o que fez do romance um grande marco literário.

Para além do sertão mineiro, onde transitam personagens como o jagunço Riobaldo, seu adversário Hermógenes e a valente Diadorim, os assuntos tratados na obra são universais: alegrias, desejos, lutas, traições, sofrimentos e enganos.

12. Macunaíma, de Mário de Andrade

“Macunaíma” (1928) é uma obra clássica do Modernismo brasileiro. O autor narra as aventuras de Macunaíma, um índio que deixa a mata e vai parar na Grande São Paulo.

Ele é um herói às avessas, que não segue os padrões dos heróis do Romantismo, como Ubirajara e o Guarani (heróis de obras de José de Alencar). Mário de Andrade aproveita as lendas indígenas para construir sua narrativa, que combina o passado com a sociedade moderna.

13. O Cortiço, de Aluísio Azevedo

Mais que um romance realista, “O Cortiço” (1890) é um representante do Naturalismo nacional. Aluísio Azevedo retrata a vida em um cortiço carioca e mostra as mazelas sociais no século XIX.

Entre os personagens da obra, destacam-se João Romão, português que é proprietário do cortiço, e Rita Baiana, mulata bonita que chama a atenção dos moradores locais.

14. Urupês, de Monteiro Lobato

Neste artigo, encontram-se romances, uma peça de teatro, um poema, uma narrativa multifacetada que envolve jornalismo, história e ciência, que é a obra “Os Sertões”. Agora, está na hora de uma coletânea de contos, escritos por Monteiro Lobato.

Todos conhecem Monteiro Lobato como o criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Mas sua carreira se iniciou em 1918 com “Urupês”, um marco do Pré-Modernismo.

Trata-se de uma crítica social em que Lobato analisa a figura do caboclo, em oposição ao índio idealizado das obras de José de Alencar (caboclismo x indianismo). A figura representativa do caboclo é o famoso Jeca Tatu, que se redime em “Jeca Tatuzinho”, outra obra do autor.

Os clássicos da literatura brasileira no vestibular

Esses clássicos são recorrentes nas provas de vestibular por diferentes motivos, como:

  • marcos literários de um determinado movimento: em “Dom Casmurro” tem-se um clássico do Realismo; em “O Cortiço” representa o Realismo-Naturalismo; as obras indianistas de José de Alencar são características do Romantismo; Mário de Andrade é um dos mais famosos autores do Modernismo; Rachel de Queiroz, Jorge Amado e Graciliano Ramos são famosos escritores pós-modernistas; Lima Barreto, Euclides da Cunha e Monteiro Lobato representam a transição para o Modernismo do Pré-Modernismo;
  • crítica social: desigualdade socioeconômica, violência, desigualdade de gêneros, preconceito racial. Algumas obras tratam de um fenômeno muito característico no Nordeste: a seca;
  • resgate de nossa cultura: como em “Macunaíma” e “O Auto da Compadecida”;
  • linguagem diferenciada: como em “Urupês, “Macunaíma” e “Grande Sertão: Veredas”;
  • profundidade psicológica: como em “A Hora da Estrela” e “Dom Casmurro”;
  • temas históricos: como em “Os Sertões”.

Além de serem importantes para um bom desempenho no vestibular, esses clássicos da literatura brasileira colocam o jovem em contato com escritores consagrados, de diferentes estilos e escolas literárias, com múltiplas abordagens sobre um mesmo tema. Dessa forma, eles despertam, além da criatividade, o senso crítico do leitor, levando-o a questionamentos e à busca de soluções.

Agora que já conhece muitas obras interessantes para seu filho e que são frequentes em exames seletivos, aproveite para conferir algumas dicas de como ele pode se preparar para o vestibular!

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