Alfabetização e letramento: quais os pontos mais importantes desse processo?

alfabetização e letramento
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Tanto a escola quanto a família são importantes nos processos de alfabetização e letramento da criança. São processos relevantes para a aprendizagem, pois favorecem aspectos cognitivos, sociais, mentais e escolares.

A união entre família e escola no desenvolvimento infantil é reconhecida nas leis educativas e por pensadores, filósofos e professores que atuam na área pedagógica. Neste artigo, vamos falar sobre a temática de alfabetização e letramento, incluindo a necessidade da parceria entre escola e família!

O que são alfabetização e letramento?

Primeiramente, é necessário compreender o que são alfabetização e letramento. Alfabetizar é o processo que envolve o ensino da decodificação de letras e números. A criança decifra o código do alfabeto para a leitura de palavras e frases e para sua aplicação na escrita.

Porém, isso não é suficiente. Certas pessoas alfabetizadas não conseguem usar, de forma efetiva e contextualizada, a linguagem escrita. Elas apresentam dificuldades em compreender textos e se expressar por meio deles. É o que se chama de “analfabetismo funcional”.

O letramento é, portanto, uma continuação da alfabetização. Está ligado à utilização correta da leitura e da escrita na rotina, conforme as demandas sociais. Dessa forma, a pessoa letrada está apta à interpretação de textos em diferentes contextos, consegue construir sentidos e se expressar de modo organizado.

Sobre essa diferença, vale a pena lembrarmos o que diz a professora Magda Becker Soares. De acordo com seu pensamento, a apropriação da escrita (letramento) é diferente de aprender a ler e escrever (alfabetização). Nesse último caso, a criança adquire uma tecnologia que permite codificar e decodificar a língua escrita. No processo de apropriação, a situação é outra: a criança assimila a escrita como uma propriedade dela.

Qual é a importância da alfabetização e letramento?

Conforme as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), os dois primeiros anos do Ensino Fundamental devem focar na alfabetização e letramento da criança, usando elementos e áreas do conhecimento diferentes para alcançar essa finalidade.

Além de permitir ao aluno o desenvolvimento de assuntos complexos durante a vida escolar, a capacidade de leitura, escrita, interpretação, criação de relação e de expressão com clareza ajuda a criança a atuar com mais autonomia e destaque na vida social.

Qual é a relação entre família e escola na vida da criança?

A família é a primeira organização que influi na formação do indivíduo. Dentro dela, a pessoa tem seu primeiro contato social e tem conhecimento a respeito dos valores e da cultura de seu próprio meio, identificando-se como sujeito.

A família deve participar da vida escolar da criança, considerando que ela é a primeira responsável pelo desenvolvimento psicológico e educacional dos filhos. Sem a devida parceria entre família e escola, o processo de ensino e aprendizagem se torna mais difícil.

O educador Mário Osório Marques assim se expressa sobre os papéis da escola e da família na educação infantil: “Costuma-se dizer que a família educa e a escola ensina, ou seja, à família cabe oferecer à criança e ao adolescente a pauta ética para a vida em sociedade e à escola instruí-lo, para que possam fazer frente às exigências competitivas do mundo na luta pela sobrevivência”.

A Constituição Federal alude a respeito do assunto em algumas partes. No artigo 205 do Capítulo VII da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso (Título VIII da Ordem Social), está escrito: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

Já no artigo 229 da Constituição, lemos o seguinte: “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”.

O ECA (Estatuto da Criança do Adolescente) também dispõe sobre a matéria no artigo 129, inciso V, que fala sobre a obrigatoriedade de matricular o filho na escola e de acompanhar o desenvolvimento escolar dele. No artigo 53, o ECA dispõe que:

A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II – direito de ser respeitado por seus educadores;

III – direito de contestar critérios avaliativos, […];

IV – direito de organização e participação em entidades estudantis;

V – acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência;

V -acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica

Que práticas a escola pode aplicar na alfabetização e letramento da criança?

Alfabetização e letramento acontecem por ciclos que costumam perdurar até o fim do Ensino Fundamental, conforme a divisão:

  • Maternal até o Infantil II (introdução);
  • 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental (básico);
  • 4º e 5º anos do Ensino Fundamental (consolidação);
  • 6º, 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental (ampliação).

Na escola, os processos de alfabetização e letramento dependem de boas práticas, que considerem, entre outros pontos:

Os sons

Para que a criança desenvolva a consciência fonológica, ela deve atentar para os sons das palavras e das sílabas e não priorizar as imagens.

Durante a fase icônica, quando alguém pede que à criança escreva a palavra “carro”, ela fará um desenho. Mas o educador deve ensinar o aluno a escrever o som e não a imagem que o objeto traz à lembrança.

É possível incentivar a escrita a partir dos sons por meio de cantigas. O professor canta e, depois, escreve a letra juntamente das crianças. Desse modo, elas associam a escrita ao som das palavras.

Para chamar ainda mais a atenção dos alunos para os sons, o educador pode procurar por cantigas cujas estrofes comecem por palavras semelhantes.

A segmentação dos sons

Para chegar à fase silábica, o aluno deve entender, de modo segmentado, o som das palavras. Uma forma divertida de trabalhar os sons é dizer uma palavra ao som de batidas de palmas: cada sílaba corresponde a uma batida. As parlendas são ótimas para a contagem de sílabas, como a famosa “uni duni tê, salamê minguê”.

Outra maneira é usar uma cartela que será preenchida com tampinhas de garrafa pet conforme a quantidade de sílabas da palavra.

O contato com as letras

Tocar as letras pode ser mais eficaz que apenas visualizar as letras escritas. Assim, o professor pode fazer uso de letras em EVA ou desenhos na areia do parque.

São estratégias mais envolventes para as crianças, que podem ficar mais engajadas no processo de aprendizagem.

Os textos como pilares

É interessante que o professor aborde, simultaneamente, os processos de alfabetização e letramento. O que a criança aprende na alfabetização deve ser aplicado em situações concretas por meio da leitura e da produção textual.

Os processos de alfabetização e letramento devem se centrar, portanto, na biblioteca da escola e na literatura infantil.

A reflexão como efeito

O educador deve estimular o educando a refletir sobre o objeto de estudo. Não deve impor regras nem seus próprios desejos para os alunos.

Os primeiros anos da infância se destacam por processos de desenvolvimento muito intensos. O professor deve ter educação apropriada para compreender a criança e atuar com elas da melhor forma possível.

As expectativas acima das metas

Cada criança tem seu próprio ritmo de aprendizagem. Dessa forma, o educador precisa desenvolver seu trabalho pacientemente, focando mais nas expectativas que nas metas.

Alfabetização e letramento devem ter como foco o que a criança ainda não aprendeu, não importa qual seja a sua idade ou a sua fase de desenvolvimento.

Como a família pode ajudar no processo de alfabetização e letramento?

Como já falamos, a família também é fundamental para que a criança seja alfabetizada e letrada. Os pais podem ajudar os filhos usando estratégias semelhantes às dos professores, como:

  • cante músicas e escreva, com letras graúdas, a letra da música para que seu filho entenda que a palavra falada equivale à palavra escrita;
  • assista, juntamente com seu filho, a vídeos de músicas que têm legendas com bolinhas pingando sobre cada sílaba;
  • monte uma caça ao tesouro com palavras;
  • nomeie os objetos com cartolina (mesa, cadeira, sofá, geladeira);
  • leia histórias para seu filho, fazendo o acompanhamento das palavras com o dedo.

Para garantir que os processos de alfabetização e letramento sejam eficazes, você deve ajudar seu filho em casa e contar com uma escola que dê o suporte necessário nesse sentido. O Colégio Batista Brasileiro preza pelo ensino de boa qualidade, investe na orientação de seus profissionais, em materiais pedagógicos e nas técnicas de ensino mais modernas e, comprovadamente, eficientes. Conta com uma equipe pedagógica que coordena as atividades educacionais conforme as demandas do aluno.

O Colégio Batista Brasileiro investe em uma educação de qualidade para que a criança se torne apta a usar seus conhecimentos na sociedade com total responsabilidade. Por isso, ele valoriza o trabalho simultâneo dos processos de alfabetização e letramento.

Já participou ativamente desses processos em sua casa? Gostaria de matricular seu filho em uma instituição de ensino que reconhece o valor do conhecimento aplicado e que trabalha em parceria com a família? Convidamos você a conhecer mais a fundo nosso trabalho. Entre em contato conosco e prestaremos os esclarecimentos necessários sobre nossa metodologia de ensino!

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