Crianças em casa: como garantir o seu desenvolvimento fora da escola?

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Estar com as crianças em casa em período de isolamento social é uma questão que merece total atenção dos pais ou responsáveis pela sua criação. O grande desafio, no caso, é manter o desenvolvimento dos pequenos durante esse tempo.

Afinal, mesmo que as escolas e os próprios pais tenham tomado as medidas necessárias para garantir que os alunos continuem recebendo materiais de estudos domiciliares o desenvolvimento escolar sempre será superior — tal ambiente dispõe de meios e recursos que, geralmente, não existem nas residências.

Neste artigo, entretanto, mostraremos como é possível manter o desenvolvimento das crianças até o momento de retorno das instituições de ensino. Confira!

Importância de cuidar do desenvolvimento dos filhos

Nesse momento de distanciamento social e paralisação temporária das atividades das escolas é fundamental que os pais consigam encaixar dentro de suas rotinas um tempo precioso para se dedicar à educação dos filhos.

Durante esse período de crianças em casa surge uma série de desafios que podem ser preenchidos com atividades que precisam estar devidamente alinhadas com a idade dos pequenos, as quais discorreremos ao longo deste artigo.

Respeito às fases do desenvolvimento infantil

Agora que você já sabe a importância de entender as fases da criança — de modo a potencializar a sua estimulação — é necessário conhecer cada uma dessas etapas e seus aspectos neurológicos, cognitivos, comportamentais, sensoriais e linguísticos. Assim, torna-se possível aproveitar melhor esses momentos. Veja só!

De 0 a 1 ano

Aqui, o mais interessante é o desenvolvimento por meio do poder da música. Além disso, os pais podem estimular os filhos com algumas ferramentas móveis — como penduricalhos, chocalhos ou móbiles.

Brincadeiras de esconder o rosto, utilização da chupeta e a hora da papinha são ideias interessantes de desenvolver os principais aspectos das crianças dessa idade. Também é uma boa ideia apostar na alimentação colorida a fim de chamar a atenção da criança e estimular seu aspecto visual enquanto se alimenta.

De 1 a 2 anos

Para essa faixa etária a contação de histórias, brincadeiras de estimulação motora, música com percussão e movimentos são ótimas alternativas. Vale a pena ressaltar que essa idade se confunde com o desfralde, logo, os pais precisam ter cuidado com esse fator, pois ele pode impactar o desenvolvimento de algumas atividades.

De 2 a 3 anos

Nessa fase, as tarefas podem ser voltadas ao enriquecimento do vocabulário da criança. Para tanto, os pais podem aproveitar a hora do banho e oferecer atividades que favoreçam esse ponto. Também vale incluir aquelas que proporcionam aumento da coordenação motora.

De 3 a 4 anos

Com as crianças de 3 a 4 anos é possível apresentar canais ou aplicativos que contenham jogos educativos, especialmente, que tratem da pré-alfabetização. Isso facilitará muito o aprendizado da criança quando retornar às aulas normais na escola.

Esses jogos também devem focar na motricidade fina, desenvolvida durante esses anos de vida. A contação de histórias ainda é recomendada nessa idade, contudo, outra atividade bem legal é a imitação.

Metodologia para realizar a estimulação

Ninguém cuidará melhor dos filhos que os próprios pais, entretanto, os profissionais da área da educação trazem métodos e conhecimentos que os responsáveis geralmente não têm. Assim, um grande problema enfrentado em casa está relacionado à forma com que as estimulações são feitas.

O estímulo realizado com espírito de arrogância ou ignorância gera um efeito totalmente oposto ao que foi planejado, por exemplo. Essa incitação precisa ser feita com carinho, amor e paciência — essa será sempre a melhor metodologia!

Estímulo na dose certa

Cada uma das brincadeiras desenvolvidas no lar tem a sua importância no desenvolvimento da criança. O estímulo precisa acontecer em diversos canais de maneira que habilidades como fala, imaginação, criação e representação possam florescer.

Quando esse estímulo é feito de forma muito intensa, no entanto, é possível que o efeito seja contrário e faça com que a criança desista de fortalecer certa característica. Nesse contexto, é essencial ter muito cuidado com esse excesso e, sempre que possível, consultar o professor ou orientador do pequeno para obter dicas sobre esse ponto.

Perigo da utilização do celular para distrair as crianças

Muitos pais utilizam o celular como distração para as crianças, em especial nos momentos de estresse ou durante o desafio da alimentação. Apesar de existirem algumas atividades que podem ser promovidas pelos dispositivos móveis, deixar que as crianças os utilizem deliberadamente é um grande risco ao seu desenvolvimento — e até mesmo à saúde cerebral.

Um dos primeiros prejuízos aos pequenos é em relação ao sono. Esses equipamentos emitem uma luz que é identificada pela glândula pineal do cérebro. Ela se situa no centro da cabeça e comanda o ciclo circadiano de todos os seres humanos.

Quando existe uma exposição a esse tipo de luz — que tem uma tonalidade mais azulada — a pineal entende que ainda é dia e envia diversos hormônios e comandos a fim de que a criança permaneça acordada, mesmo que seja noite.

Além desse problema, um dado publicado pela Editora Abril em 2018 é extremamente assustador. Segundo a pesquisa divulgada, como o sistema nervoso da criança está em formação é provável que a cada 30 minutos diários em frente a um smartphone ocorra um risco de atraso de cerca de 49% em seu aprendizado e desenvolvimento cognitivo.

Portanto, podemos afirmar que os celulares e tablets podem, sim, ter uma parcela de contribuição no desenvolvimento das crianças em casa. Dessa forma, é preciso ter cuidado redobrado e não transformar a ferramenta em um hábito frequente, especialmente em momentos de pirraça ou quando os pequenos estão se alimentando.

Também vale a pena ressaltar que as crianças são um espelho de seus pais. Então, quanto à utilização do smartphone (mesmo enquanto instrumento de trabalho), é importante se policiar e não utilizar constantemente o aparelho próximo ao seu filho.

Ter crianças em casa durante esse período de quarentena é algo que requer bastante dedicação. Além dos cuidados básicos, é crucial que você adote as atividades adequadas de modo a garantir a manutenção das ações cognitivas e neurológicas dos pequenos. Assim, quando as coisas se normalizarem, eles poderão retomar o seu desenvolvimento no ambiente escolar — que, de fato, é insubstituível.

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