Alimentação saudável em casa e na escola: missão difícil, mas não impossível

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Incentivar uma boa nutrição desde a primeira infância é fundamental para uma vida adulta saudável. Especialistas afirmam que os hábitos alimentares das crianças são herdados dos pais, ou seja, boas escolhas alimentares devem ser amplamente incentivadas em casa.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é consumir por dia cinco porções de frutas, hortaliças e legumes. Hábitos como esse podem contribuir para que alguns tipos de doenças sejam evitados.

Estima-se que em todo o mundo, 41 milhões de crianças menores de cinco anos sejam obesas ou estejam acima do peso, segundo especialistas da OMS. Os dados alarmantes estimularam o lançamento de uma diretriz da organização para o enfrentamento do que eles consideram uma epidemia global. Os interessados podem acessar o material que orienta sobre as formas de prevenção da obesidade na primeira infância e a adoção de uma dieta saudável em casa e na escola.

Diante disso, o que fica cada vez mais evidente é que, além dos cuidados com a alimentação em casa, as crianças precisam aprender a fazer boas escolhas alimentares em todos os momentos da vida.

E qual é o papel da escola na promoção de bons hábitos alimentares e de uma vida saudável dos alunos? Aqui, em nosso Colégio, entendemos que é um papel fundamental.

Uma de nossas premissas é prezar pelo bem-estar e qualidade de vida de nossos alunos. E fazemos isso por meio do incentivo à alimentação saudável com aquilo que chamamos de “comida de verdade”, ou seja, nossos cardápios são variados e desenvolvidos por nutricionistas, o que permite que, a cada refeição, os alunos, professores e pais – sim, pais, pois aqui incentivamos que os pais almocem com seus filhos – tenham à disposição opções variadas para atender plenamente às necessidades diárias de nutrientes.

A vida contemporânea exige que cada vez mais as pessoas optem por um estilo de vida que privilegie a praticidade e a agilidade. Mas, em alguns aspectos, isso não é bom, principalmente quando falamos de saúde e nutrição.

Essa mudança nos costumes alimentares tem repercutido no estado nutricional das crianças e dos adolescentes. Se por um lado caiu o índice de desnutrição, por outro as crianças estão mais suscetíveis a problemas não apenas de obesidade, mas também outros como diabetes e a hipertensão arterial.

Nos dias atuais sabemos que não é uma tarefa fácil manter a disciplina ou resistir às tentações dos “fast-foods”, principalmente para os jovens. Mas entendemos que bons exemplos influenciam suas decisões, até mesmo na alimentação.

Com o objetivo de ajudar as famílias a manter uma alimentação saudável, a Sociedade Brasileira de Pediatria listou dicas fundamentais para vencer a resistência de crianças e adolescentes, além de incentivar a adoção de um estilo de alimentação saudável com o apoio da criatividade. Gostaria de compartilhá-las para que possam tornar os momentos das refeições uma verdadeira festa para as crianças.

– Muita cor e diversão: ofereça às crianças cardápios coloridos e servidos de forma criativa. Por exemplo, crie desenhos ao servir a comida no prato.

– Tolerância na medida: aceite um pouco de “bagunça” à mesa. Deixe a criança pegar os alimentos com as mãos e brincar com eles. Com esse comportamento, ela desenvolve uma atitude de cumplicidade com o alimento. Não se esqueça que na fase pré-escolar, quando se aprende o uso dos cinco sentidos, os alimentos se tornam uma boa e saudável fonte de descobertas.

– Brinque com a comida: se seu filho já cresceu um pouquinho, leve-o para a cozinha e mostre como cozinhar pode ser divertido. Faça pratos coloridos e monte formas variadas, como bolinhos, tortas, enrolados, panquecas e por aí vai.

– Varie o cardápio: misture alimentos que a criança gosta com outros que ela ainda não conhece. Alguns pratos costumam fazer a alegria das crianças e ajudam a diversificar as refeições. São opções as omeletes servidas com seleta de legumes e arroz; as tradicionais e saborosas tortas de liquidificador (recheadas com carne ou frango e quatro tipos de legumes); as panquecas com carne moída, mandioca cozida e picada, vagem em tiras e tomates em cubos (depois de enroladas, polvilhe queijo ralado e gratine no forno).

– Exercite a perseverança: fazer boas escolhas alimentares é um processo complexo que tem consequências para a saúde no curto e longo prazos.

E lembre-se, mesmo não sendo uma missão fácil mudar hábitos ruins, o que as famílias precisam ter em mente é que uma boa educação alimentar desde cedo tornará as crianças e adolescentes, adultos mais saudáveis e com mais qualidade de vida.

Portanto, não desista. Mas também não insista demais com as crianças, pois isso pode se tornar algo traumático, aumentando a resistência a alguns tipos de alimentos, e não é isso que queremos, não é mesmo? Outro ponto importante que vale a pena ressaltar é que as refeições devem ser momentos de convivência, cheios de união e troca entre os membros da família. Eles devem ser aproveitados ao máximo, pois certamente farão parte da memória afetiva de todos.

Prof. Dr. GEZIO D MEDRADO

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